quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Villa Lobos, Carmem Miranda & Amy Winehouse

Ah! 2009... Já deixou saudades...
100 de Carmem, 50 de Villa e six de Amy...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ontem, 20 anos do fim do Muro

nove de novembro de dois mil e nove
o nove se renova em novidade
o novo sempre novo de novo inova
o velho revela a velha histoire sem muita análise
lógico que não só imagens mil valem palavras



o muro que mais escondia hoje revela-se
murro em ponta-pé de faca de dois gumes
que ruam mais muros de outras tantas ruas

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11/09/2001

A imagem do início do século XXI está gravada.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Abram alas que Gegê vai passar!

Hoje fez 55 anos que Getúlio Vargas saiu da vida pra entrar na história e o velhinho continua sendo capa de jornal. Os jornais de hoje deram a notícia, foram encontrados centenas de 'bilhetinhos' que ele despachava pra Lourival Fontes, chefe da casa civil de seu governo de 1951 a 1954.

(continuo depois...)

sábado, 22 de agosto de 2009

Da série Historiadores - Nicolau Sevcenko.

Nicolau Sevcenko é um historiador brasileiro. Falou russo antes de português, vendeu sucata, jogou handebol (na seleção brasileira!) e conviveu com Sérgio Buarque e Eric Hobsbawm.

Pesquisador precoce e genial de inúmeras façanhas, ele tem uma história de vida das mais incríveis!

Confira entrevista na Revista de História da Biblioteca Nacional.

Atualmente leciona em Harvard. E considerando sua origem e brasilidade... Isso é sem dúvida mais uma façanha!

Para uma rápida apresentação leia artigo recente do site e-educador.

Pra terminar veja uma interessante experiência de um texto de Sevcenko editado com imagens.

domingo, 16 de agosto de 2009

Woodstock!


Os versos de Bob Dylan são misteriosos e inquietantes:
"Alguma coisa está acontecendo
e você não direito sabe o que é..."

Parecia ser esse o clima que contagiava a juventude dos sixties. Algo parecido com o que você sente sábado à noite quando não programou nada, o telefone não toca, e a sensação aumenta: - Ficar em casa é definitivamente perda de tempo...

Pois a idéia de reunir música e gente numa fazenda nos arredores de Nova Iorque era inédita. Esperava-se umas 50 mil pessoas... Apareceram meio milhão de jovens!
Três dias de som e paz! Nenhuma morte...
Ao contrário, dizem que alguns bebês nasceram naquelas barracas... Imaginem quantos da geração seguinte foram gerados lá!

Um dos pontos altos da apresentação foi Jimmy Hendrix. De longe, o artista que mais conseguiu encarnar o espírito daqueles dias. Um virtuose da guitarra. Um xamã que se transformava em seu instrumento com a cor de sua época. Sua apresentação como sempre foi 'uma experiência'. Apesar da banda recém formada ("Gypsy Suns and Rainbows"), da visível falta de ensaio e da dose extra de LSD. Mas a arte do cara era maior que tudo... Are you experienced? E você, já experimentou?

Rolava a guerra do Vietnã desde 1954. A Guerra Fria em sua face mais cruel. Os EUA mandavam tropas para conter os Vietcongs, guerrilheiros do Vietnã do Norte apoiados pela URSS. O auge do tal mundo bipolar: capitalistas x socialistas. Os jovens americanos e vietnamitas morriam aos milhares numa guerra de guerrilha que prometia arrastar ainda muitos cadáveres. Porém, as imagens da guerra acabavam aparecendo nas revistas, na televisão e nos jornais. A opinião pública aos poucos se indignava contra aquelas atrocidades.

Então Jimmy pega sua Fender Stratocaster e começa a tocar "Star Spangled Banner", o hino americano, em pleno show de rock? Deve ter sido um estranhamento... Momento cívico em show de doidões? Mas aí o cara começa a fazer uns sons bem estranhos! E olha que ele não tinha a pedaleira que qualquer garoto que toca guitarra hoje tem.

Logo, todos puderam ouvir barulhos de bombas? O som dos rasantes dos caças MIG-25 lançando bombas! E as cordas da guitarra vibravam em bombas e em gritos e em sirenes! E tudo enxertado no hino do país dono dos caças! Foi um momento sublime... Nunca um protesto musical foi tão contundente, tão arrasador, tão silencioso, tão barulhento! Nem uma palavra... Apenas sons, que simbolizavam o sentimento de indignação de um jovem, que sintonizava e sintetizava a melhor intenção de todos. E sem mais melodramas, um corte rápido, o acorde final e o ataque das cordas para o próximo solo!



Jimmy morreu no ano seguinte, antes dos trinta anos! Não viu o fim da guerra que só acabou em 1975. Mas essa imagem de jovens brilhantes brilhando ficou... Para nos inspirar contra o poder desumano. E a favor de mensagens que caiam como bombas, para construir a paz entre os países e deixar o som rolar melhor... It's only rock'n roll but I liked...

Poucos artistas conseguiram resumir a indignação existencial humana com a força criativa que a obra de arte permite. Assim como Edvard Munck na tela "O Grito" de 1893, um jovem guitarrista de Seatle compôs uma obra de arte imediata, condensada, poderosa. Ao vivo. De improviso. Com a matéria-prima de som e fúria, a melhor de sua geração. Sintetizando em som a indignação humana... E o mundo nunca mais seria o mesmo... E eu também achei lindo...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Há 4 décadas do pequeno passo...

Quando Louis Armstrong disse a frase famosa: "Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade" havia muito mais luas nas canções.



Deu no New York Times

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um homem de moral!



Um querido amigo de Brasília me apresentou e me fez cativo da obra de Paulo Vanzolini. Eu já conhecia suas músicas mais conhecidas como “Ronda”, “Volta por cima”, “Praça Clóvis", “Cravo Branco”, "Boca da Noite", "Cuitelinho" e algumas outras... Mas aí o meu amigo disse:

- Paulo Vanzolini é o maior compositor brasileiro vivo!

A frase era de soar hiperbólica e provocativa! Porém, só até você entrar no universo musical desse criador incomparável. Por sua paixão pelo falar do povo, sua humildade de sábio e sua memória de tirar o fôlego... Vanzolini é um mestre! E um ilustre desconhecido do grande público, que como ele mesmo diz, conhece mais sua música do que a ele próprio.

Para atribuir a correta importância das notas e letras e averiguar com justiça o alcance do seu fazer poético, talvez bastasse repetir o que o Chico Buarque já disse. Que aprendeu sua arte de compositor com o amigo Paulo Vanzolini. E de fato, podemos encontrar pontos luminares comuns na produção dos dois. O mesmo refinamento estilístico, a mesma ironia sutil e provocativa, a dicção popular escandida e escondida pela erudição disfarçada de senso comum e um acabamento estético que faz tudo soar simples e harmonioso, como deve ser uma verdadeira obra prima.

Contudo, Vanzolini diz que não faz música popular, porque desde menino lê literatura, já tendo inclusive tentado praticar. Escreveu o seu “Tempos de cabo” do exército na Segunda Guerra em forma de poesia e mais algumas teses científicas. O outro, um Buarque de Holanda, tornou-se realmente um literato consagrado e popular, haja visto o seu “Leite Derramado” com tiragem inicial de 70 mil livros! Pois é! O Chico deve estar vendendo mais livro do que disco novo! Vai ser assim no livro como no samba!

E assim como Sócrates não se considerava um sábio, e só sabia que nada sabia, Vanzolini nem se considera um músico, preferindo ser definido como um herpetólogo de profissão! Ou seja, um cientista do ramo da zoologia que estuda os répteis... Mas o que dizer de um rapaz que estudou medicina na USP só para ter uma sólida formação científica, já que sempre desejou estudar répteis! Fez mestrado em Harvard e dirigiu o Museu de Zoologia da USP por décadas?... Isso tudo sem contar a boemia desregrada dos tempos de estudante uspiano, quando fez – com apenas 18 anos (!) - uma das canções mais conhecidas do repertório boêmio paulista: “Ronda”. “De noite eu rondo a cidade a te procurar...”

“Ronda” deve ser, ao lado de “Sampa” e “Trem das Onze”, uma das músicas que melhor definiram o ‘espírito’ da cidade de São Paulo. Aliás, o próprio Caetano bebeu na fonte vanzolínica pra compor sua homenagem pra Sampa. Isso sem falar da conhecida “Volta por cima” (cantada pelo vozeirão de Paulo Marquez no início desse post), uma genuína criação de mestre, coisas que pouquíssimos autores conseguem fazer: como Noel Rosa e Dorival Caymmi. Tão ao gosto popular que parece realmente uma canção anônima. Facílima de aprender, parece que já vem pré-gravada em nosso DNA. E com o privilégio raro de inventar uma expressão que passou para a 'boca do povo’ como sinônimo de superação: - Dar a volta por cima!

Um divertido exemplo de preciosismo estético encontramos no despretensioso sambinha “Napoleão”, aqui em gravação de Carlinhos Vergueiro para o disco Acerto de Contas volume 1 (ao todo foram 4 volumes do selo Biscoito Fino).



"Napoleão" (Paulo Vanzolini)

Pondo a modéstia de parte
É Napoleão Bonaparte e eu
Que sabemos na verdade
O quanto dói uma saudade

Cada qual de nós pegou o seu
Ele em Waterllo e eu
Num portão até que bem iluminado

Quanta vitória no passado
Quanta página na história
Que derrota tão inglória

Mas das contas no final
Meu pequeno caporal
Sou eu quem mereço pena

Tu tiveste Santa Helena
E minha santinha morena
Napoleão, me castiga e me condena
Com esta separação



Sem querer explicar o óbvio, é deveras inusitado o pernosticismo do namorado exagerado que compara o seu sofrer ao de Napoleão, concluindo porém, que ele teria sofrido mais que o imperador francês! Pois, o general depois de Waterllo teve Santa Helena e ele nem a “santinha morena”...

Além da precisão histórica e de toda a questão de política de alcova que um amor suscita, quedo-me impressionado com o achado do poeta na frase - “meu pequeno caporal”-, pois, como nos ensina o “Houaiss”:

"Caporal: 1 Regionalismo: Portugal. Diacronismo: antigo. 2 Regionalismo: Brasil. Certa variedade de tabaco picado, de má qualidade.

Etimologia
fr. caporal (1571) 'militar menos graduado', (1841) ' tabaco de caporal', der. do it. caporale 'principal', termo militar desde a primeira metade do sXIV, este der. de capo 'cabeça, chefe', sob o modelo de pettorale, temporale."

Ora, sabemos que Napoleão tinha apenas 1,58m, sendo realmente pequeno, mas, tratá-lo por ‘meu pequeno caporal’, como vimos, militar menos graduado e chefe, instaura um duplo sentido de respeito e intimidade, porém ao mesmo tempo desdém e despeito, ou seja, a palavra perfeita para o tom da canção. Isso ilustra o quanto uma canção pode esconder uma lapidação de jóia rara debaixo de sua aparente simplicidade. Fico pensando o quanto Vanzolini deve ter usado essa palavra em seus tempos de cabo na Segunda Guerra...

Também foi lançado este ano e ainda está nos cinemas de São Paulo o filme “Um homem de moral” de Ricardo Dias, que traz nosso professor de répteis falando sua prosa fácil e contando histórias de São Paulo e da Amazônia. Pontuando a conversa assistimos a alguns momentos da gravação do "Acerto de Contas" em 2004, com um grupo respeitável de 'cobras' esmerando-se em gravar quase toda a obra do mestre dos répteis, que vive entre a floresta e a cidade, entre lagartos e sambas. E vamos sabendo de sua vida como zoólogo, dos cálculos de impacto ambiental, da militância ecológica, da resistência política e dos livros comprados com dinheiro de direito autoral e doados para a biblioteca do Museu de Zoologia da USP! Ao final, mesmo que ele não se considere verdadeiramente um compositor de profissão, mas, assim no samba como na vida, quem poderia ter erigido maior moral?

Um pouco mais sobre Vanzolini:

- Palpite de Antônio Cândido.

- Entrevista com o autor do filme “Um homem de moral”.

Trailer do filme:

domingo, 3 de maio de 2009

Augusto Boal

Augusto Boal faleceu no Rio de Janeiro com 78 anos de idade. Ainda esse ano eu li que ele recebera um prêmio do governo francês, ou seja, continuava ativo e presente como devemos ser em qualquer idade. Boal foi uma das figuras mais importantes para o teatro brasileiro dos últimos 50 anos.... etc

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Buffalo Soldier!


Michelle Obama é a primeira primeira dama negra dos States! Barack Obama, 'buffalo soldier', seduz pela palavra. Como os velhos bardos mitológicos e poetas épicos. Feitiço havaiano. Por isso até o conservador Elvis Presley iria curtir. Walt Whitman branco e homossexual iria curtir. Bob Marley negro e heterossexual também curtiria. Muito. Assim como Castro Alves, José do Patrocínio, Machado de Assis e Monteiro Lobato.

Dizem que as épocas são de fato gestoras de seus próprios líderes. Para além da aceitação popular - sem precedentes no mundo - o fato dele ter começado a carreira fazendo trabalhos sociais é uma diferença interessante para esses tempos cruéis. Novas lideranças ainda podem surgir de lugares inusitados e o que impressiona é a força que a política ganha. Justamente num momento em que a economia se encontra tão debilitada. Nem o esporte, nem a arte, nem a religião consegue nos unir dessa maneira. Justamente o que parece mais nos separar, justamente o que não se discute. A força está na vontade, na palavra e na esperança.

Mas há quem diga que com Barack ou sem Barack estamos na mesma. Que tudo é apenas um disfarce do imperialismo. Que o otimista é um pessimista mal informado e que é preciso que as coisas mudem para continuarem como sempre foram. E que sonhar também pode tornar-se um pesadelo... Tudo isso dito, voltemos ao fenômeno Obama.

Conquistou um máximo de eleitores jovens. Fez campanha usando novas mídias, gente nova e não desprezou também velhos recursos e conchavos. Em sua posse o google e outros sites despencaram a frequência. Em compensação o twitter bombou! Todos queriam dizer onde estavam e o que sentiam. Apesar do frio de rachar... Discurso impecável. Pra tempos de crise, escrito por um jovem de 28 anos a partir de conversas com o presidente eleito. Depois de toda a euforia do "young power" dos anos 60, passados 40 anos de 1968, enfim parece que nessa eleição os jovens finalmente foram decisivos. Assim como Michelle, ma belle.

John Lennon disse uma vez que a mulher era o negro do planeta. A maior conquista dessa eleição parece ter acontecido no campo simbólico. É improvável que a dimensão real ultrapasse esse signo sem desgaste. Como o Brasil do tempo de Lulalá! Falando nisso, vocês conhecem o Obameter? Muito interessante! Deveríamos ter um Lulameter também! Seria muito útil além de muito divertido, educativo...

Pra terminar, uma canção também simbólica - de um tempo em que ninguém imaginaria ser possível um presidente negro nos States:


"Buffalo Soldier" (1981)
(Bob Marley - King Sporty)

Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta
There was a Buffalo Soldier
In the heart of America
Stolen from Africa, brought to America
Fighting on arrival, fighting for survival

I mean it, when I analyse the stench
To me, it makes a lot of sense
How the Dreadlock Rasta was the Buffalo Soldier
And he was taken from Africa, brought to America
Fighting on arrival, fighting for survival

Said he was a Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta
Buffalo Soldier, in the heart of America

If you know your history
Then you would know where you coming from
Then you wouldn't have to ask me
Who the heck do I think I am

I'm just a Buffalo Soldier
In the heart of America
Stolen from Africa, brought to America
Said he was fighting on arrival
Fighting for survival
Said he was a Buffalo Soldier
Win the war for America

Dreadie, woe yoe yoe, woe woe yoe yoe
Woe yoe yoe yo, yo yo woe yo, woe yoe yoe
(repeat)
Buffalo Soldier, trodding through the land
Said he wanna ran, then you wanna hand
Trodding through the land, yea, yea

Said he was a Buffalo Soldier
Win the war for America
Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta
Fighting on arrival, fighting for survival
Driven from the mainland
To the heart of the caribbean

Singing, woe yoe yoe, woe woe yoe yoe
Woe yoe yoe yo, yo yo woe yo woe yo yoe
(repeat)

Trodding through San Juan
In the arms of America
Trodding through Jamaica, a Buffalo Soldier
Fighting on arrival, fighting for survival
Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta
Woe yoe yoe, woe woe yoe yoe
Woe yoe yeo yo, yo yo woe yo woe yo yoe



sábado, 17 de janeiro de 2009

Maysa, quando canta o coração!


Férias! Também peguei a febre Maysa! Senti-me uma macaca de auditório! Noves fora, não perdi um capítulo! E ainda vim pra internet ver o que estava acontecendo em torno da tal mini-novelinha. Sob vários aspectos, nunca houve nada parecido com essa super-produção global. Um filho - o sr. diretor Monjardim - podendo pagar ao vivo e a cores, com a maior competência, o que devia à mãe artista. E que artistas! Ao final o diretor dedicou o trabalho à mãe e assinou a dedicatória. E apesar de ter sido apenas um flash final, foi comovente.

Nos anos 70 o disco da novela “Estúpido Cupido” não saía da vitrola lá de casa. Mas os hits eram o “Biquini de Bolinha Amarelinha”, “Neurastênico”, “Broto Legal” e as da Celly Campelo, todas alegres e divertidas. Aliás foi por causa dessa novela que passamos a cantar essas músicas dos 60's e adoramos a Celly Campelo. Já na música “Meu mundo caiu” de Maysa a gente pulava, pulava a faixa! Muito deprê pra quem tinha 10 anos de idade e irmãos ainda menores, mas, com o tempo fui gostando cada vez mais daquela voz grave e também dos trombones do arranjo. No fim, até pelo exagero infantil, a música também passou a fazer parte das nossas dublagens performáticas.
Foi assim que Maysa deve ter aparecido pela primeira vez pra toda a minha geração, na trilha da novela “Estúpido Cupido". Uma geração depois e ela reaparece pela mesma tela. Fora isso, não havia discos de Maysa em casa. Não tocava mais no rádio, nem aparecia na TV. Aliás ela ainda estava viva quando a novela foi ao ar. Morreria só em 1977, antes do Elvis Presley, e mais nova que ele também.

Maysa foi parte de uma geração existencialista, pós Segunda Guerra Mundial, quando era chique ser triste. Antes da fenomenal bossa-nova a velha fossa estava bombando. Some-se a isso um coração insatisfeito: - “Mesmo que os cantores sejam falsos como eu serão bonitas, não importa são bonitas as canções” - e uma cantora verdadeira. Assistir o programa foi pra mim o encontro com uma grande artista. Só tenho uma crítica: meteram um intervalo comercial bem no meio da música “Ne me quittes pas”. Desrespeito total! Imagino que o diretor não deve ter gostado nada disso também.

Mas a gente pode se vingar assistindo online a real interpretação:



Aliás, uma rápida volta pela internet e ficamos sabendo que a Globo se arrependeu de ter reduzido para 9 capítulos, pois chegou a alcançar 30 pontos no ibope. Muitos méritos, novos atores - impressionante o trabalho da Larissa Maciel -, muita técnica de todos na interpretação, cenografia, figurino e sonoplastia. Mas o melhor mesmo foi voltar a ouvir Maysa. Fiquei principalmente interessado em suas interpretações de músicas estrangeiras. Não sabia que ela havia gravado “Round Midnight”, tinha esquecido do “Ligth My Fire” e gostei das castelhanas também. Fiz uma seleção só com essas estrangeiras. Salve o player mp3!

E foi navegando atrás de Maysa que aportei em mais uma cantora: Ithamara Koorax - brasileira eleita pela revista Downbeat uma das 5 melhores cantoras de jazz de 2008! E olha que a moça já tem discos desde 1993! Nesses tempos de cantoras da web, como a gente pode passar tanto tempo sem conhecer um trabalho tão interessante como o da Ithamara? Salve, salve as cantoras do rádio! - Que nos chegam pela ficção, pela rede e pelo ouvido... Meu mundo levitou!

algumas da febre Maysa e outros links:
- fotos de Maysa
- Maysa & Amy Whinehouse
- site oficial da minissérie
- entrevista com Manuel Carlos o autor do texto
- entrevista com Ithamara Koorax