sábado, 17 de janeiro de 2009

Maysa, quando canta o coração!


Férias! Também peguei a febre Maysa! Senti-me uma macaca de auditório! Noves fora, não perdi um capítulo! E ainda vim pra internet ver o que estava acontecendo em torno da tal mini-novelinha. Sob vários aspectos, nunca houve nada parecido com essa super-produção global. Um filho - o sr. diretor Monjardim - podendo pagar ao vivo e a cores, com a maior competência, o que devia à mãe artista. E que artistas! Ao final o diretor dedicou o trabalho à mãe e assinou a dedicatória. E apesar de ter sido apenas um flash final, foi comovente.

Nos anos 70 o disco da novela “Estúpido Cupido” não saía da vitrola lá de casa. Mas os hits eram o “Biquini de Bolinha Amarelinha”, “Neurastênico”, “Broto Legal” e as da Celly Campelo, todas alegres e divertidas. Aliás foi por causa dessa novela que passamos a cantar essas músicas dos 60's e adoramos a Celly Campelo. Já na música “Meu mundo caiu” de Maysa a gente pulava, pulava a faixa! Muito deprê pra quem tinha 10 anos de idade e irmãos ainda menores, mas, com o tempo fui gostando cada vez mais daquela voz grave e também dos trombones do arranjo. No fim, até pelo exagero infantil, a música também passou a fazer parte das nossas dublagens performáticas.
Foi assim que Maysa deve ter aparecido pela primeira vez pra toda a minha geração, na trilha da novela “Estúpido Cupido". Uma geração depois e ela reaparece pela mesma tela. Fora isso, não havia discos de Maysa em casa. Não tocava mais no rádio, nem aparecia na TV. Aliás ela ainda estava viva quando a novela foi ao ar. Morreria só em 1977, antes do Elvis Presley, e mais nova que ele também.

Maysa foi parte de uma geração existencialista, pós Segunda Guerra Mundial, quando era chique ser triste. Antes da fenomenal bossa-nova a velha fossa estava bombando. Some-se a isso um coração insatisfeito: - “Mesmo que os cantores sejam falsos como eu serão bonitas, não importa são bonitas as canções” - e uma cantora verdadeira. Assistir o programa foi pra mim o encontro com uma grande artista. Só tenho uma crítica: meteram um intervalo comercial bem no meio da música “Ne me quittes pas”. Desrespeito total! Imagino que o diretor não deve ter gostado nada disso também.

Mas a gente pode se vingar assistindo online a real interpretação:



Aliás, uma rápida volta pela internet e ficamos sabendo que a Globo se arrependeu de ter reduzido para 9 capítulos, pois chegou a alcançar 30 pontos no ibope. Muitos méritos, novos atores - impressionante o trabalho da Larissa Maciel -, muita técnica de todos na interpretação, cenografia, figurino e sonoplastia. Mas o melhor mesmo foi voltar a ouvir Maysa. Fiquei principalmente interessado em suas interpretações de músicas estrangeiras. Não sabia que ela havia gravado “Round Midnight”, tinha esquecido do “Ligth My Fire” e gostei das castelhanas também. Fiz uma seleção só com essas estrangeiras. Salve o player mp3!

E foi navegando atrás de Maysa que aportei em mais uma cantora: Ithamara Koorax - brasileira eleita pela revista Downbeat uma das 5 melhores cantoras de jazz de 2008! E olha que a moça já tem discos desde 1993! Nesses tempos de cantoras da web, como a gente pode passar tanto tempo sem conhecer um trabalho tão interessante como o da Ithamara? Salve, salve as cantoras do rádio! - Que nos chegam pela ficção, pela rede e pelo ouvido... Meu mundo levitou!

algumas da febre Maysa e outros links:
- fotos de Maysa
- Maysa & Amy Whinehouse
- site oficial da minissérie
- entrevista com Manuel Carlos o autor do texto
- entrevista com Ithamara Koorax

Um comentário:

Claudia disse...

Estive te visitando. Estou lincando teu blog para acompanhar.