"Quem foi que inventou o Brasil Foi seu Cabral Foi seu Cabral No dia 21 de Abril Dois meses depois do carnaval!" |
"Jorge sentou praça na cavalaria E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal Armas de fogo, meu corpo não alcançarão Espadas, facas e lanças se quebrem, sem o meu corpo tocar Cordas e correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge" |
São Jorge foi soldado em plena decadência do Império Romano. O imperador Diocleciano - o mesmo que fez o Édito Máximo pra tentar conter o dragão da inflação que assolava Roma -, também perseguiu os cristãos para o bem da cristandade. São Jorge morre como mártir em seu governo. Mas o monstro da inflação, que seria a ruína de Roma, o imperador não derrotou. Já o césar seguinte, Constantino, fez o Édito de Milão, que permitiu a liberdade de culto aos cristãos, legitimando a fase: "se não pode com eles, junte-se a eles". Lembro-me de um açougue na infância - com todas aquelas carnes sanguíneas penduradas nos ganchos - e o São Jorge cristão lá no alto, logo acima da porta do frigorífico, imenso em seu cavalo branco de louça, sempre lancetando o dragão. Foi minha primeira visão de São Jorge. Não seria de estranhar se as crianças pensassem que ali também se vendia carne de dragão...
Mas hoje também é aniversário de Pixinguinha!
Santo de nossos melhores choros, filho de Ogum e bexiguento. Nascido Alfredo da Rocha Vianna, foi logo chamado de Pizindim pela língua africana da avó. Isso somado às terríveis marcas deixadas pela varíola, dita bexiga na época, e temos esse hibridismo sem igual: Pixinguinha! Para um músico também inigualável. E quem duvida que conhece suas músicas fale pra vovó cantarolar o Carinhoso, ou então, reconheça que conhece muitos dos seus chorinhos pelas trilhas de época da tv. Sua música poderosa marcou nosso século XX e firmou o conceito de música brasileira, entre nós e no exterior.
E ainda ontem garimpando as estantes dos livreiros, achei uma gema que se encaixa como luva em nossa pauta:
Com uma ótima introdução de nossa mestra Mary Del Priore.
E com o preço menor lá na fnac.
Não confunda literatura e história, mas também não dispense uma pra melhor saborear a outra. E por último, num arroubo quixotesco, arrisco uma metáfora de cena: o estilo é a lança, o cavalo é quem lê, o escritor é o santo e o tema o dragão. Pra trilha sonora o "Um a zero" de Pixinguinha. Salve Jorge!
3 comentários:
Ola prof. Foguinho rsr.........até que enfim novas palavras...amo essa música do Jorge Ben..que graças a vc, sei que é dele rsrrs..achava que era do Caetano...mas deixa pra lá....estou tc pra dizer o qto me sinto frustrada de não te ver tocando algo assim.....quem sabe numa próxima..até lá vc já tenha relembrado Cobra Criada rrs...bjs Té mais, sua mais nova amiga e aluna rsrs Lu
Não sei se é pra isso que servem as leis, mas o Congresso Nacional elaborou a Lei nº 10.000, de 2000, que cria o Dia Nacional do Choro e tem o nome do Pixinguinha em seu texto. Não é nada, não é nada, o número é legal.
olha a lei aí:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10000.htm
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